Miramez – Capítulo 93 do livro Médiuns


Quem são os mortos? - Miramez

Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos;
porque para ele todos vivem. (Lucas, 20.38)

A pergunta que dá título à mensagem ficará apagada brevemente da lembrança dos homens, porque eles próprios estão vencendo a morte pela força da vida.

É de importância capital para todas as criaturas a pesquisa da vida, pois em todos os encontros a esperança irá desabrochar enriquecida de amor. Viver é o fato mais sublimado da criação.



O impulso íntimo nos diz a todos que devemos procurar as comprovações de que a vida continua, de onde viemos e para onde vamos, onde estão Deus e os eleitos.

Porém as respostas para todas as nossas indagações vêm como por encanto de dentro de nós, com os primeiros ensaios para a nossa fé.

Depois de nos sintonizarmos com o mesmo ambiente fora de nós, o caso é de maturidade e de cultivo dos valores espirituais, e neste assunto já dizia Paulo aos I Coríntios 12:31, no seu primeiro escrito a esse povo:

“Entretanto, procurai com zelo os melhores dons. Devemos procurar com cuidado as melhores qualidades existentes em nós, e fazê-las crescer em todas as direções, porque é desse crescimento que ganhamos a certeza da coisa mais bela do mundo, a continuação da vida, mesmo depois de todas as catástrofes, mesmo depois do fenômeno que denominam morte”.

Ao partirem do corpo de carne pelo processo de desencarnação, costumam dizer os que ficaram: “ele foi para a eternidade”. Com se enganam! A eternidade é sempre onde estamos, tudo o que existe tem as bênçãos da imortalidade, com plena obediência as transmutações.

Com o perpassar do tempo vamos corrigindo o linguajar comum, para uma fala mais convincente e lógica, que nos dá uma impressão nítida da realidade.

A ciência já está ajudando nesse sentido e a filosofia empresta-nos recursos para que as frases sejam melhor compreendidas e mais dignas de serem assinaladas.

A morte não é sinônimo de aniquilamento, já repetimos isso muitas vezes. É começo de outra vida, e esse ato se sucede eternamente; é a mesma coisa que mudar de residência no mundo físico. Os moradores continuam sendo os mesmos, vivendo em lugar diferente do anterior.

A certeza de que ninguém morre está, de certa forma, ligada aos conceitos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando começamos o trabalho de modificação dos nossos velhos hábitos, por novos e mais eficientes, quando descobrimos e nos tornamos servos das leis espirituais, quando, enfim, ampliamos os nossos sentimentos de amar, uma comporta irá inundar a nossa inteligência e o coração de esperança e de alegria, e sentimos a vida em tudo, sem precisar de comprovações exteriores.

Dispensamos a matemática e a ciência dos homens, despertando em nós o reino dos céus. Então é que perguntamos: quem são os mortos!!!

E a própria voz de Deus ressoa no imo da nossa alma,
nos termos abaixo repetidos:

Ora, Deus não é de mortos,
e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem.