Guerras: Como o espiritismo explica?

Guerras
Como o Espiritismo explica?

O Espiritismo, como doutrina filosófica, de bases científicas e conseqüências morais, se relaciona com tudo o que diz respeito ao nosso processo existencial, pois objetiva contribuir para o progresso da humanidade, tornando-a melhor.

Ele explica ainda que Allan Kardec tratou do tema na terceira parte de “O Livro dos Espíritos”, mais especificamente no capítulo referente à Lei de Destruição, em que é dito que a guerra foi classificada pelos Espíritos como um de seus agentes.

Os orientadores espirituais afirmaram que é conseqüência da predominância da natureza animal do homem sobre a espiritual, e do transbordamento de suas paixões.

Eles também esclarecem que Deus permite que assim aconteça para propiciar ao homem a oportunidade de uma evolução mais rápida, no sentido de atingir a liberdade e o progresso.

Os benfeitores espirituais ensinam que, no estado de barbárie, os povos somente conhecem o direito dos mais fortes, daí vivenciarem um estado de guerra permanente, que se vai modificando à medida que o homem progride.


As questões do Livro dos Espíritos (542ª 548, 671, 738, 742 a 744, 747 a 749, 1009), nas quais o tema da guerra é tratado amplamente. Isso não é difícil de compreender, Kardec, francês, conhecendo bem a história do mundo e particularmente do seu país, bem sabia o quanto a França já havia, até aqueles dias, participado de guerras, bem como que provavelmente participaria de outras no futuro, o que realmente aconteceu.

Somos Espíritos em árduo processo de crescimento moral, trazendo no íntimo muito do caráter dominador, o qual se impõe sempre pela força, decorrente do instinto animal que ainda sobrevive em nosso subconsciente.

A guerra insiste em permanecer em nosso planeta, mesmo já caminhando para um mundo de regeneração. Existem vários termos como guerra fria, guerra de nervos, guerra psicológica, mas todos se referem a uma política intimidativa para provocar tensão e desequilíbrio emocional na parte contrária, com exigências territoriais e econômicas.

No texto...Ouvireis Falar de Guerras (citação de Mateus 24:6) explica que todos os Espíritos são criados simples e ignorantes de tudo e que, para suas evoluções, Deus outorgou as várias vivências em corpos materiais; com o esforço e dedicação, cada um conquistará a sapiência e a luz para o Espírito.

Ocorre que, nessas condições rudimentares, em sua caminhada terrestre, os Espíritos tiveram grandes dificuldades de sobrevivência, o que ocasionou o desenvolvimento da força física, da agressividade e da violência, que foi utilizada para autodefesa.

As condutas repetitivas em inúmeras reencarnações também resultaram no desenvolvimento dos instintos de propriedade e de conservação; a força física começou a ser usada contra seu irmão mais fraco.

A ambição e a cobiça levaram a novas conquistas, além da necessidade de sobrevivência. Isso demonstra que o ser humano ainda não aprendeu a possuir, isto é, ter a posse temporária desses bens para sua vivência, pois, com a morte física, perde-se tudo referente a bens materiais.

Pois esses bens que se recebe em forma de “posse”, são como talentos enviados por Deus, para o usufruto e aplicações progressistas que, futuramente, serão cobrados os seus resultados.

Os Espíritos esclareceram a Kardec, dizendo que, antes do primeiro tiro ser disparado, Espíritos desencarnados que se comprazem na discórdia e na destruição, sintonizados com homens déspotas e povos ambiciosos, incensam, por ação mental obsessiva que a sintonia entre eles estabelece.

No entanto, o cidadão convocado pela pátria à guerra e que morre no campo de batalha não leva para o plano espiritual o estigma de assassino pelas eventuais mortes que tenha provocado, principalmente em defesa de si mesmo.

Esse Espírito será acolhido por equipes espirituais socorristas, que o internarão em colônias para refazimento; ali receberá esclarecimentos da Lei Divina de Justiça.

A Lei de Destruição já explicava que aquele que fomenta a guerra em seu proveito deverá expiar muitas outras existências. Como é fruto do egoísmo e ambição, responde por todas as mortes que tenha causado.

O líder é sempre mais responsável do que os seus liderados, assim, estabelecendo formidável energético para a ação intentada (guerra) no caso.

Uma pessoa sozinha não poderá evitar uma guerra entre nações, mas pode e deve decretar a paz em sua vida, no lar, no trabalho e junto aos demais, promovendo a fraternidade pessoal que somada a outros, redundam na paz coletiva.

Será que a humanidade não progrediu o suficiente para evitar a guerra?

Segundo a Lei do Progresso, o qual diz que o progresso possui duas vertentes: a moral e a intelectual. O progresso moral, decorre do intelectual, que faz o homem compreender a diferença entre o bem e o mal, servindo-lhe de instrumento.

Como os Espíritos disseram, o progresso moral é mais demorado e não consegue acompanhar o avanço da inteligência, ainda que tenhamos evoluído muito moralmente nos últimos milênios.

Assim, a predominância do mal, que caracteriza um mundo de provas e expiações, impele os mais desenvolvidos intelectualmente, e em conseqüência mais fortes, a buscarem, cada vez mais, ampliar seus poderes em detrimento dos mais fracos.

O fato é que as conseqüências espirituais de uma guerra permanecem ignoradas pela maioria das pessoas, e os seus responsáveis terão de suportar, no mundo espiritual e em encarnações futuras, os efeitos da lei de ação e reação que rege o universo.

Em resumo, o Espiritismo não vê a guerra como uma situação irreversível, mas como resultado de um estado passageiro da humanidade. Mesmo considerando que o progresso moral é lento, um dia ele vai propiciar o banimento das guerras e de todo tipo de violência em nossa sociedade.

CVDEE- Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo