O mal de muitos é pregar Deus como
terror e não como amor - Por José Reis Chaves
Se Deus quis nos criar como Espíritos imortais, por que Ele não nos daria também chances ilimitadas de regeneração?
Os
dirigentes religiosos têm usado a Bíblia às avessas, ou seja, como instrumento de
ameaças e condenações eternas em nome de Deus, ao invés de como mensagens de tranqüilidade,
paz, harmonia e amor do nosso Deus todo-poderoso, Pai e Mãe de todos nós! Essa
é a visão de Deus que o Nazareno nos deixou.
E, sem
querer fazer sectarismo, digo que, fora da ótica da Doutrina Espírita e do
fenômeno da reencarnação, a visão cristã de Deus e da Bíblia fica confusa. No Velho Testamento,
Deus é tido como um Ser justiceiro, vingativo, arrependido, ciumento e homem
guerreiro (Êxodo 15: 13).
O que
mudou no Deus do Novo Testamento com relação ao do Velho? Houve mudança da
visão de Deus por Jesus e por nós, e não mudança de Deus mesmo, que é imutável. E, com a nossa
evolução, futuramente, teremos uma visão ainda mais perfeita e mais verdadeira
de Deus.
Aliás,
como Deus é um Ser de atributos infinitos de perfeição, Ele jamais será
conceituado de modo completamente perfeito por nós. Por isso, estão
totalmente errados os teólogos do passado com respeito às suas idéias sobre
Deus,
mesmo porque, nos tempos antigos, eles receberam influências das mitologias
sobre Deus.
E mais
errados estão os teólogos de hoje, já que eles teimam em manter os erros
teológicos dos seus colegas do passado, desestruturando, assim, o Cristianismo. Só não vê isso quem
não quer ver. Calha, pois, aqui, a lembrança dos conhecidos aforismos: “o pior
cego é aquele que não quer ver” e “o pior surdo é aquele que não quer ouvir”.
A Bíblia
fala muito em Espíritos ou anjos (mensageiros), e, muitas vezes, esses Espíritos foram
e são tomados erradamente pelos teólogos e dirigentes religiosos como sendo o
próprio Deus. Até na sarça ardente, a Bíblia afirma que foi um anjo, portanto,
um Espírito, que apareceu a Moisés (Atos 7:30). Seria esse Espírito Javé? E
estaria aí a confusão entre Deus e Javé?
Antropomorfizar
Deus, conscientemente, é uma blasfêmia. E, com tristeza, digo que os teólogos
até transformaram Deus em pessoa, oficialmente. Aliás, até em Três Pessoas e ao
mesmo tempo, quando um Espírito só pode ser três pessoas em momentos
diferentes, ou seja, através de três reencarnações.
Se Deus
se tornasse pessoa, Ele se teria transformado, com relação ao tempo anterior em que Ele ainda não era
pessoa. E onde ficaria, então, a sua imutabilidade? Esse Deus
antropomórfico e mutável dos teólogos não poderia mesmo ser o Deus verdadeiro!