Tudo faço por causa do Evangelho
com o fim de me tornar cooperador com ele.
(I Coríntios, 9:23)
O sensitivo amante da verdade deve abster-se de afirmações mescladas de ilusões; quanto mais resguardo no enunciado, mais valor terá a sua presença.
Os dons mediúnicos são instrumentos divinos, cuja aplicação requer direções seguras, e onde o Evangelho de Jesus constitui o melhor instrutor, com a disciplina nos levando à conscientização dos nossos deveres.
A mediunidade educada é uma força poderosa na difusão dos ensinos do Cristo, porque revive a sua época com todo fulgor.
Os médiuns são homens diferentes? São os escolhidos dentre os outros? São perguntas generalizadas em meio das conversações sobre a Doutrina Espírita.
Entretanto, sem nenhum fundamento, pois eles são pessoas comuns, que respiram o mesmo ar, que comem, bebem e lutam para se libertarem, como todos os outros.
Os médiuns são almas com os mesmos dons que os seus semelhantes possuem, porém, mais ou menos aflorados.
Seus dons são, por assim dizer, ferramentas espirituais colocadas em suas mãos, para que eles trabalhem mais conscientemente na lavoura do bem.
E as perguntas continuam: São Espíritos mais evoluídos? Nada disso. São Espíritos nos mesmos processos evolutivos, com os mesmos direitos e deveres que todos os outros; existem médiuns de todas as categorias.
Quanto ao respeito, não é preciso que falemos, pois deve existir entre todos os seres humanos, porquanto somos irmãos, tendo Deus como Pai. E, acima de tudo, somos todos, sem exceção, médiuns.
Fora da mediunidade, nos moldes que compreendemos, não poderia existir vida. Os intercâmbios são fatos, impulsos de Deus para sustentar a criação.
Desde a vida nuclear aos balanços das galáxias no ninho cósmico, e destes a Deus, tudo se comunica, as trocas são permanentes; essa é a missão do amor.
É imperioso que os médiuns tudo façam na ordem do bem, por causa da lei implícita no Evangelho. E aqui repetimos um dos seus fragmentos, em Romanos, 12:14 “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis”.
Abençoar é compreender a todos, é fazer a caridade com todo amor, sem que a exigência mude a posição da nossa consciência, que deve sempre atentar para a benevolência, que só se faz com justiça.
Depois, a freqüência dos nossos esforços criará uma nova dinâmica íntima, e tudo faremos com amor. Se queremos ser cooperadores do Evangelho, cumpre-nos uma tarefa excelente, mas que pede dedicação, em todos os sentidos: servir pela alegria de ser útil.
Daí parte uma série de programas que a sociologia cristã nos propõe, como estes que aqui seguem, como amostras:
Esquecer o afeto aos outros é nos distanciarmos dos Espíritos superiores, pois a afabilidade sempre foi a fragrância dos companheiros fiéis de Jesus.
A mediunidade nos traz muita alegria, quando ela não se desvia da orientação do Cristo. A seriedade na aplicação da mediunidade interessa aos Espíritos de alta posição espiritual.
Nunca nos deixemos envolver pelo comércio, pois as coisas espirituais não são mercadorias à venda.
Todo cuidado é pouco, para que não nos sintamos influenciados por pessoas de má índole, que desejam que o médium faça as suas vontades, apoiando suas idéias, que não condizem com as boas maneiras evangélicas.
Mesmo que estejamos presos a alguns irmãos, pela sua generosidade a nosso favor, lembremo-nos de que a doutrina de Jesus não se prende a benefícios particulares.
Ela é uma força beneficente, mais que o sol e a chuva, mais que o ar e as estrelas; é Deus nos convidando para amar. A sinceridade dos nossos compromissos para com ela é valiosíssima.
A mediunidade é o talento que a misericórdia do Pai Celestial colocou em nossas mãos espirituais, para que elas possam servir sem a interrupção do egoísmo e, nesse ritmo infinito do bem, possamos dizer as mesmas palavras de Paulo, aos Coríntios:
Tudo faço por causa do Evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.