Viagem Astral - A história de Edward Morrel

Na casuística de projeção astral, existe um caso clássico que ocorreu no final do século XIX.

Condenado injustamente a cumprir pena de prisão perpétua na maior instituição penal da Califórnia, nos Estados Unidos, Edward Morrel ficou confinado em uma solitária subterrânea, sem janelas, de 1904 a 1908.

Para acelerar sua morte, os guardas submetiam Morrel a torturas inimagináveis. Eles o envolviam em duas camisas de força, imobilizando-o totalmente.


Só que antes, antes de apertar as amarras, molhavam a lona, que encolhia conforme ia secando, comprimindo-o da mesma maneira que a anaconda mata suas vítimas.

Quando o prisioneiro atingia o auge do sofrimento, parecendo que seus olhos saltariam de suas órbitas e seu coração estouraria, ele sentia um súbito alívio, como se estivesse acima de seu corpo, viajando para diversos locais.

Os guardas ficavam impressionados com a resistência e a teimosia em permanecer vivo.

Então, evoluindo na condição de torturado para a de viajante astral consciente e lúcido, Edward Morrel começou a visitar lugares e a conversar mentalmente com pessoas, além de testemunhar eventos que se confirmaram depois.

Certa vez, sem que soubesse a razão, passou a visitar um homem desconhecido para ele, mas que, depois, veio a se tornar o novo diretor do presídio em que estava encarcerado.

Três semanas após ser empossado no cargo, esse diretor visitou Morrel, libertando-o da solitária.

Ao reabrir seu processo, foi possível descobrir toda a trama que acabou por incriminá-lo injustamente. Em 1908, o então governador da Califórnia, Warren R. Porter, concedeu a liberdade parta Morrel.

O caso conquistou notoriedade no livro “O Andarilho das Estrelas” escrito em 1914 por seu amigo Jack London.

Requisitado por toda a parte para expor suas experiências e idéias humanitárias, Morrel lançou o livro “O Vigésimo Quinto Homem” cujo prefácio foi escrito pelo governador do Arizona na época, W.P. Hunt.

Desde então, esta obra foi considerada um verdadeiro épico das prisões norte-americanas, alavancando a reforma e a humanização dos sistemas carcerários do país.

Texto publicado na Revista Cristã de Espiritismo