Miramez - Capítulo 100 do livro Médiuns

Capítulo 100 – O Médium e a Higiene
Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário
do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte
de Deus, e que não sois de vós mesmos. (I Coríntios, 6:19)

A higiene é sinal de evolução. Não pode existir civilização sem que o asseio esteja presente, seja no campo físico ou mental, psíquico ou espiritual.

O corpo de carne é, por assim dizer, santuário do Espírito, um instrumento que acolhe uma ave de Deus, uma casa de barro que recebe a visita da luz, pois deve estar sempre arejada, dando condições para que o visitante dos céus cumpra sua missão na Terra.

O complexo físico foi planejado para que todo o seu mundo interno fosse saneado. Mesmo na inconsciência do Espírito, a alta sensibilidade dos centros energéticos atende as ordens do computador divino da consciência profunda, e a limpeza se processa na cidade humana, muito mais perfeita do que em qualquer metrópole de um país.

Porém, o responsável por essa conservação é a própria alma. Depois que desperta a razão, divisa entre homem e animais, passa o ser humano a se interessar pela higiene, e ela avança com o progresso de cada pessoa, estado ou nação, atingindo os mundos.

O médium deve se interessar largamente pela higiene, e até mesmo sentir prazer na sua execução, pois os espíritos elevados abençoam o asseio, quando não prescrevem normas nesse sentido.

O banho diário corresponde a um bom descanso, nos faz retornar a um prazer indizível. Uma roupa limpa descontrai a natureza e faz com que se fique em paz no meio dos outros. A limpeza da boca nos torna mais saudáveis para uma conversação mais digna.

Depois desta higiene do corpo, devemos partir para a da mente, pelos processos de educação dos impulsos. A higiene do corpo é, de certo modo, a do Espírito, visto que um está vivendo com o outro. A poluição da mente com idéias negativas, torna o corpo imundo, e a imundície do corpo perturba, de certo modo, a alma.

O bom senso nos pede para que usemos os dois processos de purificação. Procurar meios de limpar a mente, desentulhar todos os seus departamentos com pensamentos ligados ao amor e a caridade, trabalhar em esforço intenso para modificar os nossos velhos hábitos inferiores, e começar a viver preceitos mais espiritualizados.

A nossa parte é nossa missão. Se cumprirmos os deveres, o resto fica, ou já está, a cargo do Senhor Supremo, e mesmo na nossa tarefa, o Cristo está presente, auxiliando-nos em todos os lances, como tutor, e nós outros, como crianças na viagem evolutiva.

Uma mediunidade bem definida nos moldes evangélicos requer muitas formas de ajuda, sem que precisemos escrevê-las em uma só mensagem, o que seria impossível. Talvez a leitura de todo este livro, com bastante atenção, possa dar uma idéia mais clara das grandes necessidades de um sensitivo diante dos trabalhos que lhe compete realizar.

Queremos dizer, com toda a sinceridade, que não estamos ditando normas para quem quer que seja. Apenas convidamos os companheiros para uma escola de que também somos alunos: o aprendizado com Jesus Cristo.

Inspiramos a nossa fala nos tópicos da sua divina conversa e se em alguma de nossas páginas deixamos escapar o “eu faço, ou eu fiz” pedimos desculpas e esperamos que coloquem, por nós, nossas palavras no plural porque isso tudo faz parte igualmente da limpeza do corpo e da higiene da alma.

Em tudo o que fizermos, devemos pensar primeiramente em fazer bem feito; dessa idéia nasce o progresso, e dele a purificação dos sentimentos que impressionam a alma para a felicidade. Se não conseguires fazer o devido asseio na mente, para que sejas bom médium, não pares de te esforçar de, pelo menos, complementar o que está ao teu alcance: o asseio do corpo.

Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário
do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte
de Deus, e que não sois de vós mesmos. (I Coríntios, 6:19)