Transcomunicação Instrumental

Transcomunicação Instrumental
Por Allan Bispo

A pesquisa científica da Transcomunicação Instrumental ainda tem um longo caminho a percorrer, mas a cada dia chama mais a atenção da mídia, de cientistas ou de pessoas que buscam o consolo de parentes desencarnados.

A ciência já superou muitas barreiras, consegue enxergar a milhões de anos-luz de distância, contar as galáxias do universo, entender como é criado os seres vivos, inclusive duplicá-los.

Porém, ainda não conseguiu responder o maior questionamento de todos os tempos: o que acontece depois da morte? A comunicação com os espíritos pela mediunidade nasce com a história da humanidade e sempre esteve ligada à magia e ao sobrenatural.

Entretanto, na noite de 31 de março de 1848, em Hydesville, nos EUA, deu início a uma nova era, a era do espiritualismo no mundo ocidental.

Porém, mesmo com o trabalho sério de grandes nomes da ciência da época, estas comunicações ainda estavam sujeitas à participação de um médium (sensitivo) e, com isso, gerava preconceito e resistência por parte da ciência a este fato notável.

A ciência tem obtido um avanço considerável, mas por mais que ela nos proporcione conforto e comodidade, nunca nos amenizará o sofrimento da perda de um filho (a), um companheiro(a) ou qualquer outro ente querido.

Agora imaginemos um aparelho que, ao ligarmos, poderemos conversar com estas pessoas, saber como elas estão, ver nossos entes queridos em outra dimensão.

Para a maioria, isto não passaria de uma cena de filme de ficção científica, porém, já estamos no início de uma realidade, com a chamada “Transcomunicação Instrumental ou TCI”, que certamente será a maior descoberta de todos os tempos, como a prova definitiva da continuidade da vida após a morte.

2. – O Início da TCI

O termo “Transcomunicação” foi criado nos anos 80, na Alemanha, pelo físico e estudioso Dr. Ernst Senkowski e significa comunicação com o mundo extrafísico. Segundo os dicionários modernos, quer dizer: “comunicação com a verdade eterna ou Comunicação Transcendental”.

Enquadram-se no termo “Transcomunicação Mediúnica” todas as modalidades de mediunidade e Transcomunicação Instrumental para definir a comunicação com o mundo espiritual por aparelhos eletrônicos, ou TCI, que é sua sigla.

Várias celebridades do mundo científico tentaram a TCI, dentre eles figuram Thomas Alva Edison, inventor da lâmpada e do fonógrafo, Gugliemo Marconi, precursor do rádio, Nikola Tesla, precursor do transformador e criador do motor de corrente contínua, e, no Brasil, o escritor Monteiro Lobato.

Oficialmente, o Brasil é pioneiro nestas pesquisas com o português naturalizado brasileiro Augusto de Oliveira Cambraia, inventor das fibras do tecido cambraia. Dentre as suas dezesseis patentes requeridas, está a do “Telégrafo Vocativo”, que deu entrada em 1909, com a finalidade de comunicação com os espíritos.

Apesar de não existirem maiores detalhes sobre o aparelho, concordamos com o raciocínio de Clóvis Nunes: “será que ele pediria registro de patente de um aparelho que nunca funcionou?”

O Brasil também é pioneiro na publicação do primeiro livro sobre TCI. Trata-se do livro “Vozes do Além pelo telefone”, publicado em 1925 pela papelaria e tipografia Marquês Araújo, onde Oscar D´argonel registra oito anos de contatos consecutivos com vários espíritos.

3. – Os Padres pesquisam

Passamos a nos interessar pelo assunto num curso ministrado por Clóvis Nunes e Wilson Picler no Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, em 15 de Dezembro de 1990, achando que poderia contribuir um pouco com nossa experiência na área de engenharia eletrônica.

Nesta época, eu me perguntava qual seria o verdadeiro sentido da TCI no Brasil, uma vez que o brasileiro é espiritualista por excelência.

A resposta veio mais adiante, quando eu assisti, impressionado, uma conferência do padre François Brune no Centro Espírita Leon Denis, falando sobre vozes dos espíritos nos gravadores, oficialmente autorizado pelo Vaticano a pesquisar este fenômeno.

Poliglota com vários títulos acadêmicos, ele viaja o mundo promovendo conferências e realizando pesquisas. Clóvis Nunes, que viajou com ele muitas vezes, fala de sua personalidade amigável e sincera.

Em seu livro “Linha Direta do além”, François Brune e Remy Chauvine contam a experiência dos padres Agostino Gemelli e Pelegrino Ernetti, físicos de renome da Itália.

Poderíamos dizer que o primeiro caso de voz paranormal gravada aconteceu no laboratório de física experimental da universidade católica de Milão, em 17 de setembro de 1952.

Ali, os padres Gemelli e Ernetti realizavam experiências com cantos gregorianos para eliminar os harmônicos. Naquela época não existiam gravadores com fitas, mas apenas com fios. Este fio se rompia com freqüência, então era necessário dar um nó finíssimo para não prejudicar o som.

Naquele dia, o fio acabara de se romper mais uma vez e o padre Gemelli, chateado, exclama: “oh, papai, me ajude”, como tinha por hábito de dizer há muitos anos, desde a morte de seu pai.

Uma vez feito o conserto, começaram a escutar o material gravado, porém, ao invés do canto gregoriano esperado, ouviram estupefatos a voz do pai: “claro que o ajudo e estou sempre com você”.

Padre Gemelli quase desmaiou, mas padre Ernetti o estimulou a prosseguir e fazer uma nova tentativa, assim fala-nos o Padre Brune em sua palestra. Obtiveram, então, a mesma voz, perfeitamente reconhecível, que dizia em tom levemente irônico: “mas claro, bobão (zuccone), você não está vendo que sou eu mesmo?”

Esta era a maneira afetuosa que brincava com ele quando menino. Temerosos de uma reprovação, levaram o material para avaliação no Vaticano e tal foi a importância do fato que assim avaliou o Papa Pio XII:

“Meu caro padre, fique tranqüilo. Trata-se de um fato estritamente científico e nada tem a ver com o espiritismo. O gravador é um aparelho objetivo, que não pode ser sugestionado. Ele grava as vibrações sonoras. E esta experiência poderá, talvez, marcar o início de um novo estudo científico, que virá confirmar a fé no além”.

O padre François Brune, amigo pessoal dos padres citados, confirma a veracidade deste texto que foi publicado pelo Vaticano em junho de 1990.

4. - A TCI e a Ciência

O mundo científico tomou conhecimento da TCI a partir da experiência do artista e produtor cinematográfico Friendrich Jürgenson. No dia 12 de junho de 1959 Jürgenson e sua esposa Mônica se encontravam em sua casa de campo, em Estocolmo, Suécia, onde colecionava canto de pássaros utilizados nos programas culturais para as rádios suecas.

Nesta data, Jürgenson ocasionalmente registrou vozes e sons inexplicáveis na fita de seu gravador. Pouco tempo depois, de sons passaram à vozes em várias línguas. A princípio, ele pensava tratar-se de seres extraterrestres, porém tamanha foi a sua surpresa quando as vozes lhe revelaram ser de desencarnados.

Após quatro anos de gravações experimentais, em 1963 ele anuncia ao mundo sua descoberta, publicando também o livro “Vozes do Universo e Telefone para o Além”. Suas experiências interessaram ao filósofo e psicólogo Dr. Konstantin Raudive, que aperfeiçoou a sua técnica com o físico Alex Schneider.

O termo “EVP” (Eletronic Voice Phenomenon) originou-se de uma iniciativa dos próprios espíritos, a fim de categorizar os fenômenos, onde o engenheiro americano, presidente e diretor de pesquisa da Metascience Foundation, Inc George W. Meek, e colaboradores técnicos, desenvolvem o “Spiritcom”, que é um aparelho de rádio aperfeiçoado para este fim.

O aparelho basicamente grava o chiado produzido por uma rádio de FM fora da estação. Este ruído, tecnicamente conhecido como “ruído rosa”, tem a característica de possuir, na sua forma de onda a amplitude fixa e a freqüência variável.

Com isto, os espíritos modulam e variam a freqüência para produzir os fonemas que formam as palavras. Clóvis Nunes descreve em detalhes o aparelho em seu livro.

No caso dos gravadores, o princípio básico é o mesmo, porém os espíritos se utilizam dos sons existentes na natureza para modificá-los de acordo com sua necessidade. Foi observado que os ruídos da chuva, chamado de “ruído branco”, que tem a característica de possuir uma freqüência fixa e amplitude variável, também trouxeram bons resultados.

Repetindo-se o episódio de Hydesville, eclode uma série de fenômenos transcendentais nos aparelhos eletrônicos e, “coincidentemente”, mais consistente na Europa, vozes nos gravadores, telefones, fax etc.

Em 1985, a TCI toma novo rumo com o técnico de segurança alemão Klaus Schreiber, durante uma brincadeira numa festa em sua casa. Eles galhofeiramente resolvem evocar seu amigo de copo desencarnado para uma cerveja e qual não foi a surpresa deles quando a filha do dono da casa fala no seu gravador.

Posteriormente, ela lhe indica o vídeo e, em 30 de setembro de 1985, inicia a TCI por vídeo, inaugurando a era das “transfotos”. Em 04 de outubro de 1986, em Luxemburgo, o casal Maggy e Jules Harsh Fischbach conseguem imagens em movimento, mostrando as maravilhas do plano espiritual.

Podemos ver a atriz Maria Jakubowski saindo do mar no mundo espiritual e jogando um beijo para a câmera. Lembro-me da felicidade que tive ao ver as ondas que rolavam na praia por trás da atriz, pois, como praticante do surfe, descobri que já tinha lugar para gastar meus “bônus hora” quando estiver no outro lado da vida! O acervo de imagens obtidas em Luxemburgo é impressionante, paisagens, florestas e montanhas etc.

5. - A TCI no cinema

Não poderíamos deixar de falar da TCI nos computadores. Quem não se lembra da cena no filme Ghost, em que o personagem “Sam transdigita” no micro a palavra “murder” (assassino), referindo-se ao seu ex-sócio?

A velocidade dos micros hoje chegam à freqüência SVHF ultrapassando a barreira dos gigahertz (três a quatro vezes maior que a freqüência que George Meeke tinha disponível), facilitando em muito não só a TCI por micro, como também a análise do material obtido.

Como não poderia deixar de ser, o Brasil ganhou respeito neste campo de pesquisas graças ao trabalho de Clóvis Nunes, do engenheiro eletrônico Hernani Guimarães Andrade, do prof. Mário Amaral, Sônia Rinaldi e outros não mencionados, mas que parabenizamos pelo trabalho.

6. - O primeiro caso de autenticação científica

A “Associação Nacional de Transcomunicadores (ANT)” fundada em 1990 e coordenada por Sônia Rinaldi, vem desenvolvendo um trabalho brilhante e, no periódico trimestral intitulado “Contatos Interdimensionais” registra o caso de Zilda Monteiro, de São Paulo, e seu marido desencarnado Édson.

Ela foi casada com Édson por cinco anos e os dois eram entusiastas da TCI. No dia 9 de julho de 1999, Édson sofreu um enfarte quando estava internado na UTI de um hospital no Rio de Janeiro, entrando em coma para nunca mais acordar.

No dia 10 de setembro, Édson cumpre sua promessa quando vivo, deixando um recado na caixa postal do celular de Zilda, que dizia: “EU TE AMO“.

Após análise, Sônia Rinaldi sugere que Zilda faça outra análise da voz, desta vez em laboratório e, para isto, era necessário uma das tantas fitas com a voz de Paulo quando vivo, para assim ter um modelo de voz para parâmetro.

A primeira “coincidência” é que ela escolhe aleatoriamente uma das fitas dentre várias e, quando a reproduz, elas se assustam, pois a data da gravação era a mesma da transcomunicação: 10 de setembro, só que do ano de 1997.

Dois dias depois, Zilda faz mais um “transcontato” com o marido desencarnado e o resultado confirma a autoria do “transcomunicador” pelas informações pessoais que somente o casal tinha conhecimento.

Todo este material foi enviado para o Dr. Alessandro Pecci, graduado pela USP, especialista em processamento de sinais, que elaborou um laudo técnico após análise dentro dos padrões internacionais de pesquisa.

7. - A Análise dos sinais

A análise foi efetuada comparando a voz de Paulo vivo com a voz “transcomunicada”. Lembramos que a voz humana é um complexo matemático de sons, que é o somatório de diferentes freqüências, amplitudes e grande quantidade de harmônicos, com inflexões pessoais na fala, que dão assim uma identidade única para o autor da voz, que, por mais que um imitador pareça copiar o som, ela nunca será idêntica quando analisada tecnicamente.

Estes sons foram digitalizados para processamento no computador. Utilizando softwares altamente especializados, a voz é filtrada e decomposta digitalmente. São utilizadas pequenas parcelas do som, que, na verdade, são números de alta precisão correspondentes às mínimas variações do som para comparação. Estas pequenas amostras são analisadas segundo coeficientes específicos nos padrões Internacionais.

Nestes testes, também foram utilizadas vozes diferentes para mostrar a eficiência da análise. O laudo técnico final comprovou matematicamente que as vozes eram da mesma pessoa.

Toda a documentação e acompanhamento do caso, inclusive a tabela da análise, se encontra no site: (os dois As são maiúsculos).


8. – Contatos contínuos e em tempo real de Imagens e Voz

Uma rápida folheada nos exemplares do periódico trimestral Contatos Interdimensionais (caixa postal 67005–05391-970–SP), demonstra o quanto está adiantada a TCI no Brasil e no mundo, contatos com diálogos contínuos em tempo real, com perguntas e respostas imediatas, inclusive ao vivo, em congressos e programas de rádio, despertando o interesse de personalidades internacionais do mundo científico.

Já está em projeto a construção de um laboratório de pesquisas no EUA, com todo o aparato tecnológico e científico, equipes e equipamentos especializados, elevando a TCI a um nível de pesquisa como qualquer outra atividade científica.

Devemos lembrar aos interessados na Transcomunicação Instrumental que, antes, busquem se informar na vasta literatura em língua portuguesa ou mesmo se associar a grupos, pois, como qualquer ramo de pesquisa, deve existir o controle científico e, muitas vezes, a falta de informação pode levar o neófito inexperiente a enveredar pelos caminhos do erro, comprometendo assim anos de trabalho.

Lembro-me certa feita que uma amiga me ligou durante a madrugada dizendo que seu gravador estava “falando vozes do além” numa língua estrangeira. Precisávamos identificar o idioma da voz que lembrava um língua oriental.

Levamos uma cópia da fita para um amigo e ele atestou que era um dialeto árabe muito antigo. Não satisfeitos com a resposta, resolvemos fazer uma análise mais profunda.

Pegamos um gravador normal e invertemos o sentido de rotação do motor. O cantor árabe do tempo de Jesus era Roberto Carlos cantando ao contrário, ou seja, o gravador dela estava com o cabeçote desalinhado e lia o outro lado da fita.

Para nos prevenirmos destes e outros enganos, como os que procedem da baixa condição moral dos espíritos perturbadores, podemos utilizar o melhor guia para experimentações psíquicas que temos: O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.

9. - A Era do Espírito

A comprovação científica da sobrevivência da alma e da reencarnação trará como conseqüência a prova definitiva da existência de Deus e, segundo grandes cientistas, este será o maior passo que o homem dará desde que surgiu neste planeta, trazendo modificações profundas no comportamento humano.

Porém, muitas pessoas ainda relutam em aceitar estas verdades, mesmo diante das evidências. Aliás, o material que já se possui não deixa dúvidas. “O progresso é um trem que passa, se não corrermos para pegá-lo na estação, ficará muito mais difícil pegá-lo no caminho”.

Revista Cristã de Espiritismo
Por Allan Bispo