Miramez – Capítulo 97 do livro Médiuns


Cidadão Universal – Miramez

Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por
fazer o bem perante todos os homens. (Romanos, 12:17)

A força embrionária do homem interno fá-lo pender para o egoísmo, somente conversando na filosofia do eu, repudiando o nós. O fato é que quando vai chegando a maturidade espiritual, sentimos necessidade dos outros e começamos a valorizá-los.

No percorrer da existência, o progresso coletivo e a evolução individual nos mostram a verdade, a unificação de todos os seres e coisas, por lei de Deus.



E aí, o que fazer... Para que não percamos tempo, devemos procurar nos universalizar diante da Universalidade Maior. Ser como indica a consciência cristã-Cidadão-Universal, Espírito livre das peias do egoísmo e da usura, que fermentam e abafam a presença do desprendimento.

O sensitivo a serviço da dignidade deve ser amalgamado na fraternidade universal, eliminando todas e quaisquer idéias que deixam transparecer orgulho e egoísmo, inveja ou ciúme, ódio ou vingança.

A mediunidade na área evangélica não pode estreitar seu campo de ação em pequena comunidade de trabalho, mesmo que firme suas bases por dever ou segurança em um determinado grupo.

A sua conduta e seus conceitos devem avançar além de todas as barreiras que a imaturidade erguer. O médium elevado esmera-se em tudo o que se dispõe a fazer.

Mesmo que não atinja o objetivo, procura constantemente a perfeição, e acredita que, esforçando-se, estará sempre inspirado por ela. O conselho é de Paulo, em Romanos, 12:7. “Se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se no fazê-lo”.

Não pode existir universalidade, a não ser que trilhemos os caminhos da perfeição. Quem quiser ser cidadão do universo, pense, fale, escreva e viva no esquema universal, que o amor qualifica como filho da luz na plenitude da paz.

Se qualquer pessoa disser que alguém é melhor que os outros, antes que idealize, converse ou escreva, monte a guarda da vigilância e anule essa influência.

Envolva-se na humildade e ore com fervor, que uma voz divina ecoará dele e para ele, dizendo que toda a sabedoria pertence a Deus e que somos todos instrumentos da Sua vontade.

Iniciar e universalizar o que se fala, de início nos custa muitos sacrifícios e incompreensões. É uma luta que travamos no lar e fora dele, porém algum dia temos de começar.

Os primeiros exercícios haverão de ser com brandura, mas de maneira que os problemas não nos façam parar. A imaginação é forçada a se desenvolver, para as constantes mudanças de tato para com os outros.

As palavras e os seus sons podem nos ajudar muito, como também criar situações difíceis. O silêncio, em muitos casos, coloca-nos como almas justas e nobres e pode, igualmente, fazer-nos parecer carrascos frente aos que comungam conosco.

Toda idéia que abrange o todo, aprimora-se com a justiça e desenvolve-se com o amor, qualifica-se com o perdão e espiritualiza-se com a caridade.

Boas maneiras em tudo é o princípio do segredo da universalidade. Caminhemos, pois, de mãos dadas, uns com os outros, na escola do Cristo, que a verdade nos libertará das acanhadas modalidades humanas de viver, para a amplitude da criação, sentindo a eternidade dentro e fora de nós.

E aí o sol brilhará onde estivermos. Repitamos mais uma vez este conselho do grande doutor da lei:

Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por
fazer o bem perante todos os homens. (Romanos, 12:17)